Magic Paula – uma atleta, um mito
Maria Paula Gonçalves da Silva

Apelido: MAGIC PAULA Modalidade: basquete Função: armador/ala Altura: 1m74 Peso: 59 kg Nascimento: 11 de março de 1962 Naturalidade: Osvaldo Cruz – SP Filiação: Eberard Gonçalves da Silva Ilda Borges Gonçalves
Principais títulos
8 vezes campeã paulista – 1981/84/85/86/92/93/94/
4 vezes campeã brasileira – 1986/87/91/95
2 vezes campeã pan-americana de clubes – 1994/95
campeã mundial pela seleção brasileira – Austrália/1994
medalha de prata nas Olimpíadas de Atlanta/1996 (EUA)
medalha de ouro no Pan-Americano de Havana(Cuba) em 1991
medalha de prata no Pan Americano de Indianápolis(EUA) em 1987
medalha de bronze no Pan Americano de Caracas(Venezuela) em 1983
Condecorações:
Atleta do Ano pela ABRACE em 1985 e 1986
Atleta do Ano pelo COB em 1987
Medalha do Mérito Olímpico pelo COB em 1987
Medalha do Mérito Esportivo pelo CND em 1990
Atleta do Ano – Prêmio Coper – em 1995
Principais participações:
6 campeonatos mundiais
4 campeonatos Pré Olímpicos
4 Jogos Pan Americanos
2 Jogos Olímpicos
Clubes que defendeu:
Clube das Bandeiras – Osvaldo Cruz (72 a 73)
Assis Tênis Clube – Assis (74 e 75)
Divino salvador – Jundiaí (76 a 79)
AD Unimep – Piracicaba (80 a 82)
BCN/Piracicaba – Piracicaba (83 a 87)
Cica-Divino – Jundiaí (88)
Tintoretto – Espanha (89)
BCN/Piracicaba – Piracicaba (90 e 91)
Ponte Preta – Campinas (92 e 93)
Cesp-Unimep – Piracicaba (94 a 96)
Microcamp – Campinas (97 e 98)
BCN/Osasco – Osasco (99 e 2000)
Breve histórico
Paula nasceu no interior paulista, em Osvaldo Cruz, no dia 11 de março de 1962, e desde menina mostrou interesse pelo esporte. Praticou atletismo, natação, tênis de mesa, xadrez, mas encontrou sua verdadeira paixão no basquete.
Após muita insistência dos pais e amigos, começou a jogar no Clube das Bandeiras, aos 10 anos de idade, juntamente com a irmã mais velha.
Dois anos mais tarde, incentivada pelos pais que apostavam em seu futuro, transferiu-se para Assis-SP, onde foi morar na casa do técnico, juntamente com sua esposa e duas filhas que também jogavam basquete.
Defendendo as equipes de base de Assis, em jogos oficiais da FPB, Paula começou a chamar atenção de técnicos interessados no concurso da atleta que anos mais tarde, seria considerada a melhor armadora que o basquetebol mundial conheceu.
Em 1976, com a extinção da equipe de Assis, Paula transferiu-se para o Clube Divino Salvador, de Jundiaí. Nessa época, com 14 anos de idade, foi a mais jovem atleta convocada para defender a seleção brasileira de adultos. Aos 15 anos passou a ser titular absoluta da equipe.
Em 1980, recebeu convite para jogar pela Unimep e percebeu que era chegado o momento de buscar no basquete, não apenas a sua realização como jogadora, visando o expoente máximo que um atleta pode atingir, mas aproveitar a oportunidade de dar seqüência e concluir seus estudos – formou-se em Educação Física – visando a realização profissional, independência financeira, além da satisfação pessoal de ser uma vencedora.
Paula estabeleceu-se em Piracicaba, juntamente com a família, e durante dois anos vestiu a camisa de número 4 da AD Unimep. Sagrou-se campeã paulista em 1981.
A partir de 1983 passou a defender as cores do BCN, o novo patrocinador do time de Piracicaba, onde ficou até final de 1987, conquistando o tri-campeonato paulista em 84, 85 e 86, e bi-campeonato brasileiro em 86 e 87.
Voltou a jogar por Jundiaí, em 1988, então patrocinado pela CICA, porém acabou não resistindo a tentação de atuar fora das quadras brasileiras – já havia recebido proposta de americanos e italianos quando ainda juvenil.
Mudou-se para a Espanha, em 1989, onde foi jogar pelo Tintoretto de Madri. Durante sua carreira, foram poucas as contusões, porém uma torção no joelho obrigou-a a deixar as quadras em plena temporada espanhola. Enfrentou a cirurgia e, depois de seis meses de recuperação, ajudou o Tintoretto conquistar o título de vice-campeão espanhol.
Retornou ao Brasil em 1990, e jogou pelo BCN/Piracicaba mais duas temporadas, conquistando seu terceiro título brasileiro.
Em 1991, participou dos Jogos Pan-Americanos em Havana/Cuba, ganhando sua primeira medalha de ouro em competições internacionais, alem da admiração e o carinho do polêmico dirigente Fidel Castro. Já havia ganhado a de prata, em Indianápolis/EUA/1987 e a de bronze, em Caracas/Venezuela/1983, ambas durante os Jogos Pan-Americanos.
Em 1992, mais uma mudança na carreira da atleta. Com objetivo de formar uma poderosa equipe, Campinas-SP tirou Paula do BCN e a levou para defender as cores da Ponte Preta, ao lado de Hortência e de outras estrelas. Aliás, a primeira e única vez que Paula e Hortência atuaram num mesmo clube. Foi campeã mundial de clubes em 1993.
Em 1994, retornou à Piracicaba para defender a cores da Cesp-Unimep, conquistando mais dois títulos paulista, o quarto título brasileiro, além de sagrar-se bicampeã Pan-Americana de Clubes, em 94/95.
Ainda em 1994, defendendo a seleção brasileira, sagrou-se campeã no Mundial realizado na Austrália, desbancando americanas e russas, seleções que, até então, detinham todos esses títulos.
Uma das conquistas mais importantes na carreira de Paula aconteceu em 1996, quando conseguiu a tão sonhada medalha olímpica. A seleção brasileira jogou a final das Olimpíadas de Atlanta/EUA, e mesmo perdendo para as americanas, a medalha de prata ficou sabor de ouro, graças a brilhante campanha das brasileiras.
Em 1997, após a extinção da equipe piracicabana, Paula foi jogar pela Microcamp, em Campinas. Mais tarde, atuou pelo BCN/Osasco, em 99 e 2000, ano em que abandonou as quadras e encerrou sua brilhante carreira.
Performance
Do aprendizado, em 1972, até o final da carreira, em 2000, foram vinte e oito anos de lutas, conquistas, de sorrisos estampados na alegria das vitórias. Mas também houve choro provocado pela tristeza das derrotas. Houve erros e acertos que motivaram criticas e elogios, até que a chacoalhada do tempo mostrou o amadurecimento chegando, transformando Paula na guerreira determinada e ousada que sempre foi.
Preparada para os jogos mais difíceis, pronta para as decisões mais importantes, tinha a consciência e a frieza necessária para controle das ações derradeiras de cada partida.
Titular absoluta em todos os clubes por onde passou, comandava as ações táticas da equipe em quadra, orientava as companheiras em todas as jogadas, e sempre terminava as partidas com ótimo percentual de acerto nas finalizações, passes, assistências, entre outros fundamentos técnicos.
Atleta inteligente, perspicaz, possuía uma visão de quadra invejável, a noção perfeita do espaço-tempo necessário para passes precisos, bolas “enfiadas” com maestria em rápidos contra-ataques, cheios de fintas desconcertantes que vieram a encantar, não só platéias, mas a crônica esportiva, técnicos, e os próprios atletas, fossem companheiros ou adversários.
Sua atuação sempre revelou o melhor potencial atlético que um atleta pode almejar, passando a ser o espelho dos mais jovens e a meta a ser superada pelos que a seguiam de perto e sonhavam chegar mais longe.
Sem dúvida, foi tudo isso e alguma coisa mais, os predicados que transformaram uma garotinha que um dia sonhou jogar basquete, em Magic Paula, a melhor armadora do mundo.
Quem a viu jogar, jamais esquecerá. Quem não viu, não sentirá saudades, pois as imagens que ficaram gravadas, infelizmente, estão esquecidas nas gavetas da imprensa brasileira.
QUEM VIVEU, VIU! QUEM VIVER, NÃO VERÁ!
Uma lacuna que se abriu
A saída de Paula das quadras abriu uma lacuna no basquete brasileiro, até hoje não preenchida. Dirigentes de entidades, técnicos e preparadores continuam buscando solução. E ainda não encontraram.
O basquete brasileiro ainda se ressente da saída de uma de suas melhores jogadoras e segue tentando revelar a armadora ideal para substituir Magic Paula. E ainda não conseguiu.
O basquete brasileiro continua em busca de outras grandes estrelas que um dia atraíram grande público para os ginásios, torcidas organizadas e esportistas que não perdiam a oportunidade de ver mais vez a atuação dos últimos grandes ícones – Paula, Hortência e Cia. – do nosso basquete. E ainda não encontrou.
Entretanto, ficamos com a certeza que treinadores de equipes de base continuam formando e revelando bons valores. Que continuem trabalhando na lapidação de atletas que um dia possam vir a ser tão ou mais “Magics” que a nossa Paula, recolocando o basquete brasileiro novamente entre as melhores equipes do cenário mundial.
Reconhecimento
No dia 13 de novembro de 2005, Paula passou a integrar o Hall da Fama, após ter sido reconhecida pelo seu talento e notoriedade esportiva pela Women’s Basketball Hall of Fame, entidade situada na cidade de Knoxville, no Tennesse/EUA.
Para fazer jus à inclusão no Hall da Fama os ex-atletas são aprovados pelo Conselho Diretor e, segundo o site oficial www.wbhof.com são estabelecidos os seguintes critérios: caráter, integridade, esportividade, recordes de performance, habilidade, reconhecimento nacional e internacional, além da contribuição ao basquete feminino, além de ter abandonado as quadras há pelo menos cinco anos.
A cerimônia de entrega do prêmio aconteceu nos dias 28 e 29 de abril de 2006.
Títulos conquistados em clubes
1975/76/77 – campeã paulista mirim
1977/78/79 – campeã paulista infantil
1978/80/81 – campeã paulista juvenil
1978/82/83/85/87/93/94 – campeã dos Jogos Regionais
1979/81/86/94 – campeã dos Jogos Abertos do Interior
1989/90/92/93/94 – campeã do Troféu Imprensa
1981/84/85/86/92/93/94/96 – campeã paulista
1986/87/91/95 – campeã brasileira de clubes
1986/92 – campeã do torneio Cristal Palace – Inglaterra
1989 – campeã da Liga Espanhola
1993 – campeã mundial de clubes
1991/94/95 – vice-campeã mundial de clubes
1994/95 – bi-campeã pan-americana de clubes
Títulos conquistados na seleção brasileira
1983 – bronze nos Jogos Pan-Americanos de Caracas/Venezuela
1986 – bronze nos jogos da Amizade de Moscou/Rússia
1987 – prata nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis/EUA
1989/93 – prata na Copa América – Brasil
1991 – ouro nos Jogos Pan-Americanos de Havana/Cuba
1994 – ouro nos Campeonato Mundial da Austrália
1996 – prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta/EUA
1997 – ouro na Copa América – Brasil
fonte: www.magicpaula.com.br
Prof. Antonio Carlos Zinsly de Mattos
SELAM – Acervo Esportivo
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